quinta-feira, 28 de agosto de 2014

agora

Agora,
nasceu o Sol,
já as nuvens 
se esfarriparam para algures,
e o vento,
(ah o vento!)
esse foi-se esmorecendo
pelos caminhos do sul.
Agora,
é o tempo das colheitas,
do trigo 'prenho',
da claridade 
e do assalto da alegria.
Agora,
é o tempo das redes luzentes,
faiscantes de vida 
e de esperança.

Agora,
é o meu tempo
e o tempo desta terra
em que nasci,
pai-mãe dos meus sonhos
e chão-minha-Pátria,
e terra a que chamo Nação!
(Jaime A.)

(Foto do autor obtida com telemóvel:
Berlenga Grande, Verão 2011)

N.A. - "Agora" é também o tempo do texto tosco, previsível

(texto publicado previamente no meu blogue Sopro Divino)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Rua das minhas memórias


Rua em que cresci, rua em que vivi. 

Rua em que corri descalço, rua em que brinquei com a água empossada da chuva. 

Rua que me levou a escola, rua que me trouxe de volta para casa. 

Rua onde fui comprar pão, leite e o cigarro da mãe. 

Rua onde fiz amigos, rua onde briguei. 

Rua onde vi a menina passar e me apaixonei. 

Rua onde sofri a desilusão do amor de menino, deixei de amar,  e onde amei tantas outras vezes. 

Rua da bola, do carrinho de rolimã, dos cavalos, das árvores e dos cães. 

Rua dos meus irmãos, rua onde corri da surra da mãe. 

Rua onde abracei e chorei, rua onde ri vezes sem fim. 

Rua das lembranças, rua da minha eterna saudade. 

Rua que já não encontro, quando para ela retorno. 

Rua que hoje é sonho, sonho que foi e não volta mais.


Poesia de Luis A R Branco 

Fotografia de Luis A R Branco 


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Óh Saudade

Óh Saudade, cruel dama da noite que inflama o coração do solitário.
Até quando desprezarás as canções dos que amam?
Até quando rejeitarás os versos dos poetas?
Até quando usarás a lua e as estrelas como teus algozes?
Óh Saudade, tu que espezinhas aquele fica e o que se foi.
Até quando te banharás nas lágrimas dos imigrantes?
Até quando te deliciarás nos choros dos órfãos?
Até quando encurtarás teus passos nesta longa caminhada?

Óh Saudade, senhora do crono,
Até quando atrasarás as horas das chegadas?
Até quando adiantarás as horas das partidas?
Até quando insistirás em estar presente?
Óh Saudade, como podes matar-me com doces lembranças?
Até quando usarás o amor para infligir o teu mal?
Até quando usarás os abraços para abandonar-me?
Até quando usarás o sorriso para me levar ao pranto?

Óh Saudade, até quando?

Poema por Luis A R Branco

Fotografia por Luis A R Branco 

Twitter: @LuisARBranco



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Amo-te


Amo-te,

Amo-te mais do que és capaz de imaginar,

Amo-te mais do que sou capaz de explicar,

Amo-te mais do que é possível medir,

Amo-te tanto que é impossível viver sem ti.


Amo-te,

Amo-te acima de tudo o mais,

Amo-te acima de mim mesmo,

Amo-te acima dos meus sonhos e ideais,

Amo-te tanto que sem ti, de nada sou capaz.


Amo-te,

Amo-te com o prazer de te amar,

Amo-te sem que este amor venha em um escravo me tornar,

Amo-te livremente, sem medos, sem receios, sem ciúmes.

Amo-te tanto, mas um amor livre e desinibido.


Amo-te,

Amo-te como quem conhece-te,

Amo-te tanto que mapeei todo este corpo teu,

Amo-te tanto como se meu sangue estivesse misturado ao teu,

Amo-te tanto que nos tornamos um quando teu amor corresponde ao meu.


Amo-te,

Amo-te pelo simples prazer de amar,

Amo-te pela simples satisfação de contigo estar,

Amo-te com a certeza de quem nunca te verá partir,

Amo-te na feliz realidade de que sem ti para lado algum me interessa ir.


Poesia de Luis A R Branco 

Twitter: @LuisARBranco 

Fotografias de Luis A R Branco (Cabo da Roca, Sintra, Portugal)